Cerca de 8 mil funcionários da Varig vão deixar de receber a aposentadoria em abril. O ex-comissário de bordo Amaury Guedes é um deles. Ele trabalhou na Varig por 36 anos .
Desde que o Aerus, fundo de previdência complementar da companhia, foi criado, em 1982, Guedes contribuiu todos os meses. Com 72 anos, ele não sabe como vai viver sem o dinheiro da aposentadoria. “Nós pagamos pra nada. A recompensa que nós tivemos é que hoje estamos assim, sem amparo da justiça. Nós só queremos receber porque nós trabalhamos”, diz.
Em abril de 2006 a Secretaria de Previdência Complementar, criada para fiscalizar fundos de pensão, determinou a intervenção no Aerus. A medida foi tomada porque a secretaria constatou que o fundo não tinha dinheiro para pagar os benefícios.
Os aposentados da Varig contribuíram para o fundo Aerus, criado em 1982 e que hoje enfrenta problemas. A presidente da Associação dos Aeronautas e Aeroviários, Maria Aparecida Leite, acredita que o rombo nas contas do fundo foi causado por má administração.
Ela também acha que houve omissão por parte da Secretaria de Previdência. “Isso foi um desmando que aconteceu dentro do fundo. O órgão que foi criado para fiscalizar foi conivente, daí a culpabilidade da União. Tinham que saber aonde o dinheiro estava sendo aplicado”, afirma.
Edson Barros sabe bem o que Guedes sente. “Levei um susto. Eu ficava contente porque achava que estava contribuindo com algo que fosse garantir a minha aposentadoria”, conta.
Aposentado da Vasp, ele enfrentou os mesmos problemas e está sem receber há quase dois anos. O fundo Aerosvasp também sofreu intervenção e foi liquidado em fevereiro de 2005.
Quem enfrenta a situação só tem uma pergunta: “todo mês era descontado com muita eficiência no holerite. Por que agora, na hora de pagar, não tem a mesma eficiência?”, questiona a aposentada Shirley de Oliviera.
De acordo com o a assessoria de imprensa da Secretaria da Previdência Complementar, houve uma reunião nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, com o interventor da Aerus e representantes do fundo.
Na reunião ficou definido que parte dos assistidos, cerca de três mil, que pertence ao Plano 2, receberá o benefício por mais três meses. Os demais aposentados deixarão de receber em abril porque não há mais dinheiro em caixa.
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